História & Missão
Quando eu entrei na adolescência eu costumava sentir dores nas costas, geralmente em tarefas como lavar louças, passar vassoura no chão, ficar sentada estudando por muito tempo, e obviamente que minha mãe achava que era frescura para não fazer as tarefas "chatas". Porém, eu também sentia dores de ficar muito tempo sentada vendo TV no sofá, e sentia bastante dificuldade pra respirar quando tinha que correr na educação física.
Quando eu tinha 14 anos fomos à praia, e foi sentada na areia que meu pai notou um desvio na minha coluna. Assustados com o desvio que estavam vendo, me levaram ao Pronto Atendimento, e foi lá que fiz meu primeiro Rx. (que obviamente não é este da imagem ao lado, pois hoje ele teria mais de 20 anos e nós não somos de ficar guardando coisas velhas, haha)
(À esquerda a Ju, minha amiga, com uma coluna saudável. Ao centro eu, com aproximadamente 17 anos e uma escoliose já bem acentuada.)
Na foto meu irmão, meu avô e minha mãe, e eu de costas. Com aproximadamente 19 anos, nessa época a parte estética começou a me incomodar a ponto de eu cogitar passar por todos os riscos da cirurgia, as blusas ficavam bem torcidas no meu corpo e eu me incomodava bastante. Até o zíper das calças ficava mais pro lado em ralação ao meu umbigo. Eu costumava deitar de barriga pra cima e ver um lado das costelas bem mais alto que o outro.
Descobrimos uma escoliose grave na minha coluna já com ângulo de Cobb 64°. Passei por mais de 10 médicos, por meses, até encontrar um que me deu como opção usar o colete de Milwaulkee e tratamento conservador. Como minha mãe era enfermeira do SUS ela tinha em mente que deveriamos tentar Fisioterapia antes de considerar uma cirurgia desse porte (muito inteligente ela S2 Obrigada mãe). Foram então 6 anos entre RPG, academia e natação (e o terrível colete). Sem sucesso. A curvatura que acompanhávamos a cada 6 meses eguia progredindo 1º por ano, e como já tinha uma angulação grave, era indicativo de cirurgia mesmo.
Eu devo acrescentar aqui, o quanto foi horrível usar esse colete?
Imaginem vocês, uma menina de 15 anos, no meio da loucura da puberdade, ter que usar esse troce horroso 23h/dia?
Não havia internet pra gente vasculhar e procurar ideias no pinterest de como usar isso com uma roupa que ficasse menos feio ou chamasse menos a atenção.
Eu literalmente me sentia uma aberração, por dentro e por fora.
Até hoje eu faço terapia para ver se melhoro minha autoestima.
Em Dezembro de 2008, já cursando meu primeiro ano de Fisioterapia, fui operada.
A partir daí a minha vida se resumiu a tomar cuidado com a forma como eu me movimentava,
e eu ainda tinha muito medo de me mover "errado" e me machucar.
Eu costumava ir para a faculdade e para o trabalho com uma almofada bem grande. Na verdade eu nunca parei pra pensar que alguém podia estar olhando. A única coisa que eu pensava era como as cadeiras eram todas desconfortáveis dentro de uma faculdade de saúde.
Após 6 meses eu recebi alta do médico e pude voltar às minhas atividades físicas, então retornei a academia e me inscrevi para a aula de Pilates por recomendação de um monte de gente.
Em 2013 conheci o Pilates, e foi então que minha vida realmente começou novamente.
O Pilates me ensinou a me movimentar conscientemente e me fez recuperar a confiança e a funcionalidade do meu corpo como ganhos primários. Considero ganhos secundários todas essas habilidades que eu adquiri depois, de flexibilidade, força, resistência que vocês verão nas fotos à seguir. Além disso, complementou muito minhas sessões de Fisioterapia com meus pacientes. E eu acabei me apaixonando por esse mundo da atividade física. Ao longo dos anos fui descobrindo meu lugar no mundo e meu propósito. Eu trabalhei com convênio apenas quando ainda estava na faculdade e dois meses logo após que me formei. Logo eu notei o quão precário era aquele tipo de atendimento, eu sempre ficava com a sensação de que havia faltado muito para fazer com os pacientes. Resolvi então que trabalharia por minha conta, conquistaria meus clientes, atenderia cada pessoa com o tempo que eu determinasse que seria melhor e que eu receberia o valor que eu julgasse ser digno de todo o meu esforço e dedicação, desde a hora que eu sentei para estudar, até o momento que comprei equipamentos e gastei combustível para ir até a casa de algum cliente. Eu já tinha uma meta pessoal que era me manter atualizada na minha área, e portanto eu assistia à congressos pelo Brazil, 1x ao ano, e isso me demandava dinheiro.
Em 2017 iniciei a jornada para abrir meu próprio espaço, aluguei uma salinha pequena dentro de uma academia para atendimentos de fisioterapia. Logo depois evolui para uma sala maior, onde pude colocar meus próprios equipamentos de Pilates e eu dividia uma casa grande na Vila Mariana, em São Paulo, com outras mulheres maravilhosas, da área da saúde e empreendedoras, médicas, psicóloga, nutricionista e odontologista.
Acredito que por eu ter me posicionado com o valor no mínimo igual ao valor tabelado pelo COFFITO, ou seja, não era uma valor baixo e desvalorizado de mercado para atendimentos de fisioterapia, acabavam chegando até mim pessoas que já haviam tentando de tudo para melhorar de uma dor, e ao me procurar elas imaginavam que se investissem algum dinheiro em sua saúde poderiam melhorar das dores com um profissional que lhes desse a atenção necessária. Isto é, Fisioterapia 1, 2, 3, 4, e até 5x na semana se fosse o caso, com direito a 1h (às vezes mais) de atendimento.
Assim eu aprendi a escuta ativa, acolhimento, compaixão entre outras habilidades, que vão muito além de técnicas milenares e aparelhos modernos.
E nesse momento eu percebi a necessidade de estudar o complexo mundo das dores crônicas e entender de fato o que significava a palavra INTERDISCIPLINARIDADE. Eu comecei a estudar as dores crônicas.
Passei a viajar para todos os congressos da SBED (Sociedade Brasileira para Estudo da Dor), me associei e lia os artigos do ano sempre que recebia meus exemplares. Fui conhecendo a PBE (prática Baseada em Evidência) e entrando num universo muito louco da Ciência. Fui descobrindo que coisas em que eu acreditava não eram reais só porque as pessoas diziam que eram há muitos anos. Mas isso é assunto para um outro momento.
Em Janeiro 2020, fechei contrato com uma sala de cobertura onde cabia meu Studio de Pilates completo, e então veio a pandemia de COVID-19. E eu iniciei atendimentos online até agosto de 2020, e foi assim que eu percebi quantas pessoas eu poderia ajudar através da Internet. Mantive atendimentos de maneira hibrida até o início de 2023, e atendi pessoas de com diversas condições físicas dentro da área da ortopedia e traumatologia. quando resolvi fechar o Studio, vender tudo e me mudar para o Canadá, mantendo apenas meus clientes online.
Aplicando o Pilates com pessoas que moravam em outros estados e até em outros países, como por exemplo Espanha, EUA, Pernanbuco, Santa Catarina, Amazonas, vi que era possível viver assim e expandir a empresa dessa forma. Foi então que surgiu o Pilates Anywhere.
Lido com a dor crônica não só como profissional mas também como pessoa.
Se você está em busca de melhorar sua qualidade de vida e aliviar suas dores veio ao lugar certo, pois é isso que eu faço há mais de 10 anos como Fisioterapeuta, Instrutora de Pilates e Treinamento Funcional.